13/05/2008
LISBOA
Manhã em São Bento para organizar os trabalhos parlamentares da semana. Ainda antes do almoço, Pedro Santana Lopes tem uma reunião com um cliente no escritório. Só depois a campanha: importa acertar detalhes da estrutura organizativa dos mandatários cuja apresentação decorre na Quinta-Feira, no Palácio da Bolsa, no Porto
Segue-se uma entrevista, de quase duas horas, ao Expresso, que sairá no primeiro caderno da próxima edição. Conduzem a conversa, Ângela Silva e Nuno Saraiva. Rui Dias regista a imagem. Tempo para a leitura de alguns dossiers antes de jantar com a Família. Depois, a prevista sessão de esclarecimento na Secção A de Benfica, em Lisboa.
Depois de eleito, o candidato quer ordem no Partido para ter condições para «pedir contas ao PS em vez de, no PSD, se estar sempre a pedir contas uns aos outros». Depois, passa a expor o que distingue o modelo de desenvolvimento que propõe para Portugal do de Manuela Ferreira Leite. Há silêncio na sala e ruído entre os que não conseguem entrar. Pedro Santana Lopes detém-se na política:
«Todos os anos ouvimos o anúncio de novas obras que representam encargos certos que irão sobrecarregar as gerações futuras. São decisões da responsabilidade do Estado que sobrecarregam a despesa. Do lado da receita o País definha». Refere o exemplo da taxa de produtividade a 70% em Portugal e a 100% na Grécia. «Porque é que países como a Grécia, que há três anos estavam como nós, já nos escaparam desta maneira? Porquê?». Acredita que a resposta está no modelo de desenvolvimento dos últimos anos que considera errado.
Volta a referir a necessidade de harmonizar os impostos num mesmo espaço económico - no nosso caso o Ibérico - tal como se passa entre os países da Escandinávia e do Báltico. Ouvem-se palmas. «Há um erro na formulação da política económica que teima em ver a política fiscal só como instrumento da política orçamental. Não há país que progrida assim! Quando tomei posse, como Primeiro-Ministro, inverti a ordem dando maior importância ao Ministério da Economia do que ao Ministério das Finanças porque temos de cuidar da boa receita e não da receita neutra e castigadora dos impostos».
Diz compreender Manuela Ferreira Leite na pasta das Finanças mas lembra que um Primeiro-Ministro tem de dizer também como ter esperança e como produzir. «Espanha aprovou agora um plano de impulso à actividade económica. Temos de fazer esse caminho. Há múltiplos economistas europeus que o apontam. Entre nós, Miguel Cadilhe é da mesma opinião. Não se podem continuar a fazer políticas pró-ciclo».
O candidato refere ainda o reforço do investimento na Segurança e a coesão territorial. Lembra que se recusou a fechar a Maternidade de Chaves quando essa proposta chegou ao Conselho de Ministros, em 2004, porque isso seria dar um sinal às pessoas de que não valia a pena nascer naquela terra. E conclui: «ESTA FORMA DE VER O PAÍS COM UMA RACIONALIDADE CONTABILÍSTICA É TUDO O QUE NÃO PRECISAMOS».
Amanhã Pedro Santana Lopes fará outra sessão de esclarecimento em Cascais.
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