quinta-feira, 29 de maio de 2008

Diário de Campanha XXII





29-05 2008



LISBOA



A manhã começa com duas entrevistas aos diários Jornal de Notícias e «24 Horas». Depois de uma reunião de campanha, Pedro Santana Lopes foi para a Assembleia da República ultimar os preparativos para o debate que se seguiria com o Primeiro-Ministro. O tema - a situação económica do País - foi escolhido pelo líder da bancada do PSD, depois de José Sócrates ter tido a iniciativa de marcar este assunto no último debate quinzenal.




O líder parlamentar desmascarou mais uma «medida inédita» anunciada no debate anterior pelo Primeiro-Ministro, segundo a qual seríam antecipados, em 35%, os apoios relativos a projectos aprovados no âmbito do QREN (Quadro de Referencia Estratégico Nacional) Quando afinal este tipo de adiantamentos sempre esteve previsto em todos os quadros comunitários de apoio, há mais 20 anos e em percentagens superiores (50% e, em algumas situações, 70%).

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De volta à sede de candidatura, Pedro Santana Lopes convoca uma conferência de imprensa. Não quer deixar passar em claro as declarações que Manuela Ferreira Leite faz hoje à revista Sábado segundo as quais, quando questionada sobre se votou Santana Lopes, em 2005, a candidata revela: «Votei no PSD. Se estivesse lá o nome dele não votava». Pedro Santana Lopes considera estas declarações particularmente graves - do ponto de vista político e disciplinar - uma vez que não se tratou de uma expressão infeliz mas de uma reiterada posição desta candidata à liderança do Partido. Uma atitude «gravissima» em qualquer militante e, muito mais, para quem se candidata à liderança do Partido Social Democrata.

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Pedro Santana Lopes citou e distribuiu os Estatutos e o Regulamento Disciplinar do Partido sobre esta matéria. Interrogado sobre as consequências que se devem extrair desta posição, o candidato disse que não se trata de excluir MFL das Directas nem tão pouco de agir disciplinarmente. Trata-se apenas de não continuar a pactuar com situações destas no PSD, não permitir que elas se repitam e penalizar eleitoralmente os seus responsáveis.

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À noite, mais de mil militantes esperaram Pedro Santana Lopes para um jantar no Mercado da Ribeira onde, desde o princípio da tarde, já não se aceitam mais inscrições. Quando usou da palavra, o candidato começou por dizer: «Sabia que ia ser um intruso ou um indesejado para as conveniências que estavam estabelecidas. Sei que queríam levar um candidato ao colo e lançar outro para mais tarde. Mas as bases do PSD não gostam que escolham por elas».

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«Esta é uma escolha muito significativa. Quando um candidato à liderança diz que não teria votado se o meu nome constasse no boletim de voto ao lado dos outros líderes partidários, o que poderíamos pensar se esse estilo de militantes ocupasse o poder? Há neste partido militantes que se julgam detentores de um qualquer cartão dourado que julgam que outros não têm para ter acesso ao poder. Por isso disse que hoje que a primeira medida que tenciono tomar como Presidente do PSD é fazer publicar a cartilha dos deveres dos militantes do PSD e enviá-la a todos, mas a alguns numa carta com aviso de recepção para ter a certeza de que a recebem».

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Sexta-Feira, último dia da campanha, a volta do candidato é pesada em quilómetros. Pedro Santana Lopes não quis deixar de ir a Portalegre e à Guarda, Distritos do interior, porventura pouco numerosos em militantes mas simbólicos para quem faz do combate à desertificação a «causa das causas». Da Beira Alta o candidato segue para Lousada, Barcelos e, finalmente, Porto onde o encerramento da campanha será realizado num jantar na Exponor.



Diário de Campanha XXII




28/05/2008


LISBOA - ÉVORA - BEJA - LISBOA/SIC - SETÚBAL
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O último debate entre os candidatos na SIC, esta noite, não altera a vontade de Pedro Santana Lopes estar com os militantes do Alentejo hoje em Évora e Beja (Sexta-feira estará em Portalegre) e nos trabalhos parlementares da tarde onde lidera a bancada do PSD. De manhã cedo, tempo ainda para dar uma entrevista ao Diário de Notícias, antes de partir para Évora.
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É caso para se dizer que o candidato não perdeu a viagem. Em Évora teve uma recepção particularmente acolhedora do ponto de vista pessoal e político. Sendo um Distrito que duplicou a sua capacidade eleitoral activa - de cerca de 400 para 800 militantes - o candidato contatou que ali tem um apoio alargado. «Conte com a Concelhia de Estremoz onde terá mais votos do que os outros dois candidatos juntos», garante quem de lá veio.
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Em Évora, como depois em Beja, Pedro Santana Lopes chamou a atenção para os diferentes perfis, percursos e programas em causa nestas Directas: «Somos uma instituição com princípios, valores e regras. Não devemos esquecer o passado recente do qual há conclusões a serem tiradas». Depois, sobre o País, defendeu uma política próxima dos Portugueses. «Não estou fechado no Terreiro do Paço ou nas tendas montadas para o Primeiro-Ministro. Estou no terreno, falo com as pessoas. É preciso tratar as pessoas com afecto e dar-lhes esperança».
Destes contactos no País, Pedro Santana Lopes refere, por exemplo, exemplos de pequenos comerciantes que têm de fechar as portas sem ter direito a subsídio de desemprego. «Quem governa tem de guardar horas do dia a pensar nestas pessoas que são parte essencial do tecido empresarial do nosso País em vez de andar sempre em tendas de plástico a falar de grandes investimentos». O candidato seguiu para uma nova sessão de esclarecimento em Beja onde marcou a primeira reunião de avaliação dos resultados das Directas.
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Já em Lisboa, Santana Lopes participa nos trabalhos parlamentares no Plenário da Assembleia da República antes de ir para o último debate televisivo entre os candidatos destas Directas na SIC. Seria opinião unanime dos comentaristas que analisaram o debate que Pedro Santana Lopes foi, uma vez mais, o mais contundente e informado dos participantes (debate e comentátios na íntegra no portal - http://www.pedrosantanalopes.com/).
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A campanha não acaba neste dia sem uma sessão de esclarecimento tardia, em Setúbal, nesta noite chuvosa que, nem por isso, desmobilizou as dezenas de militantes que ali esperaram pelo candidato. Pedro Santana Lopes voltou a falar da pobreza exactamente no Distrito onde, em 1984, o Bispo D. Manuel Martins denunciou que havia fome tendo o então Primeiro-Ministro Mário Soares agido em conformidade. Hoje é o próprio Soares que - depois da Conferência Episcopal, depois da bancada parlamentar do PSD e depois de Pedro Santana Lopes o ter feito na secção de Benfica - vem denunciar novamente esta situação no País. Terá José Sócrates sensibilidade para lhe dar resposta?

Diário de Campanha XXI




27/05/2008


PORTO - BARCELOS - VISEU - GAIA - LISBOA
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Finalmente a agenda do dia não prevê deslocações tão distantes como as anteriores pelo que Pedro Santana Lopes aproveita para fazer contactos úteis. A meio da tarde, cerca de 250 militantes esperam-no na Assembleia Municipal de Viseu para uma sessão de esclarecimento. Destaque para as palavras de Pedro Ruas e Ricardo Campos, dois jovens com responsabilidades políticas locais que, de longe, quiseram dar o seu apoio a Santana Lopes. O Presidente da Junta de Freguesia de Cabanas de Viriato, Ricardo Campos (na fotografia) fez um discurso assinalável no qual enquadrou a história do PSD no País e defendeu o enfoque do Partido para Portugal, concluindo: «No dia 31 espero que os militantes se lembrem que o PSD tem, de novo, o Objectivo Portugal para cumprir».
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Em Viseu, capital do interior, Pedro Santana Lopes lembra: «Sou o único candidato que tem no seu programa a coesão territorial a que chamo a causa das causas. Não o faço por estar em campanha. Sempre o fiz quando estive em funções». E exemplificou a transferência das delegações da Secretaria de Estado da Cultura do Porto para Vila Real e de Lisboa para Évora, no início dos anos 90, e quando foi Primeiro-Ministro e também transferiu Serviços do Estado para vários pontos do País. «Vai estar tudo naquele boletim de voto. O caminho que queremos para o PPD/PSD e para Portugal. Depois de dia 31 não haverá maneira de os votos voltarem para trás. Conto com todos os que estiverem com espírito construtivo, que são quase todos. No grupo parlamentar tenho gente extraordinária e, lá por estarem a apoiar outras candidaturas, não os perdi de vista. Vou buscá-los depois de Sábado».
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O candidato à Presidência do PSD seguiu para Gaia onde o esperavam centenas de militantes numa sessão entusiástica organizada por Firmino Pereira, Vereador de Luís Filipe Menezes na autarquia, que mereceu uma palavra muito especial de Santana Lopes: «O distingue as pessoas são as atitudes nas alturas difíceis em que outros vergam. O que mais me impressiona são as pessoas com carácter, exemplos vivos de como a condição humana é fantástica. E o companheiro Firmino Pereira tem um grande carácter». (ver discurso na íntegra no Portal: www.pedrosantanalopes.com).